Excerto número quatro
"Mais de metade de um ano tinha passado desde que eles tinham vivido perto um do outro. O tempo que passavam juntos vinha em doses, reguladas por uma espécie de migração que gostavam de não conseguir explicar. Ele gostava de viver perto dela, mesmo que fosse para apenas se cruzarem na rua sem se falar, só a hipótese de num desses momentos se falarem o deixava feliz. Ela gostava de viver perto dele, mesmo que fosse para fingir que eram amigos, que apesar de tudo conseguiam ter conversas normais, que podiam recuperar alguns dos momentos que a deixavam feliz. Nunca se sabe ao certo o que é que os dias fazem às pessoas que se gostam. É um conjunto de frases, gestos e impulsos... é a chuva, o sol, e o vento. O tempo é no fundo... o tempo. (...)"
<< Home