Excerto número dois
"...aquele passeio pelas lojas do gigante empreendimento de escritórios, fazia a hora do almoço ganhar certos contornos de aventura. E ele tinha uma aventura reservada para hoje, ao dobrar mais um corredor:
- "Vou só ali levantar dinheiro."
Ok, ele iria esperar aqui.
Parado em frente a uma loja de fotografia ao lado do multibanco, enquanto esperava pelo colega sem notas na carteira, a exploração tomou forma de reconhecimento de montras. E em vez de se ficar por olhar para os belos modelos de máquinas fotográficas, olhou para cima, para as modelos emolduradas, que vestidas de noiva, compunham a prateleira superior da montra. Esboçava uns sorrisos ao passar a vista pelo cliché de montra fotográfica que lhe tinha aparecido à frente. Até que a viu a ela. Ela estava ali, vestida de noiva, mas não podia ser ela, não... não era ela, claro que não era ela. Mas foi o que bastou, as fotografias já tinham começado a passar-lhe pelos olhos, e ele não iria deixar de rever todas elas, vezes sem conta, até que o dia acabasse. E de chorar pelas que já não conseguia ver, pela noite dentro..."
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